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AUA Coletivo lança "AbreCaminho", coleção com autores indígenas

Atualizado: 1 de set. de 2020

AbreCaminho foi o nome escolhido para a primeira coleção de zines editoradas pela AUA Coletivo, laboratório de design que também atua como editora, e busca, através da produção e escrita, abrir caminhos e documentar histórias através da perspectiva indígena e negra no Brasil.

A coleção AbreCaminho conta com publicações de oito escritores, sendo quatro deles(as) indígenas e os outros(as) quatro negros(as), dentre eles(as): Morena (com a participação de Amarú Pataxó MC e Isa Santana), Gustavo Caboco, Kamuu Dan Wapichana, Ana Beatriz Domingues (Janaú), Carolina de Souza, Isaac Silva, Pedro da Silva e Lucas Santiago.

A literatura indígena vai além da escrita de palavras impressas — está nos grafismos, que narram histórias, sentimentos e memórias; está na tradição oral, passada de geração em geração principalmente pelos anciões e anciãs; está nas histórias de origem de cada povo, contadas também em línguas nativas.

Em um cenário em que a nossa realidade — desde a invasão até a contínua colonização — foi contada e ensinada nas escolas através do olhar de colonizadores, cresce cada vez mais a necessidade de (re)contarmos as nossas próprias histórias, porém através de uma perspectiva legítima, em que somos os donos e protagonistas das nossas próprias narrativas. E é por essa razão que é tão importante a valorização de trabalhos feitos por escritores e escritoras indígenas no Brasil e no mundo.

"Pra quem é negro/a e indígena, nesse país, sabe que há demandas. Expulsos de sua própria terra fomos, é o que temos em comum. Erradicados de África, erradicados dessa terra pindorâmica, ocupamos há mais de 500 anos o não-lugar", diz Carolina de Souza, autora de Lembranças Ancestrais, que faz parte da coleção AbreCaminho. "A editora AUA está conosco ao documentar nossas histórias, ao abrir caminhos para que nossas memorias sejam legitimadas na lei dos brancos. Que as demandas de todo um povo sejam quebradas, queimadas e alquimicamente curadas com a possibilidade de expor nossas vozes e caminhadas", complementa a poeta.

O sarau e lançamento da coleção aconteceu no primeiro dia do mês da consciência negra, no Memorial dos Povos Indígenas (Brasília/DF), contando com perfomances, recitações de poesia e apresentação musical do artista Ian Wapichana. Além disso, ocorreu feira de expositores com artesanatos, plantas e sementes crioulas.


Arraste para o lado e confira as fotos do lançamento e sarau da coleção AbreCaminho, no Memorial dos Povos Indígenas >>> Nas fotos: (1) Contação de histórias com Kamuu Dan Wapichana; (2) Morena, autora de (Id)entidades, à direita; (3) Apresentação musical de Ian Wapichana; (4) Airy Gavião durante o Sarau AbreCaminho; (4) Planta medicinal abre-caminho, também conhecida como quebra-tudo ou quebra demanda. (Fotos por Priscila Bezerra @artenokilo /@guriasnamidia)

 

#DecolonizeALiteratura: busque acompanhar, apoiar e ler autores(as) e poetas indígenas e amplie a sua ideia do que é a literatura. Indicamos a Livraria Maracá para quem busca obras de autores e autoras indígenas.

Texto por Isa Santana

para Visibilidade Indígena

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